Projeto usa conceitos de prédio verde e quer servir de modelo para a construção de futuros colégios
Os obstáculos arquitetônicos que a maioria das escolas brasileiras impõe aos alunos levaram um grupo de professores de São Paulo a fundar o Projeto Schola. Desta ação, que agregou engenheiros e arquitetos, nasce a primeira escola brasileira dentro do conceito de prédio verde. A construção, a princípio bancada por ONGs ligadas à educação, será erguida na zona norte da cidade. Sua estrutura poderá comportar 120 alunos de 5.ª a 9.ª séries do ensino fundamental e será um plano-piloto para a implantação de novas escolas em São Paulo.
Segundo a arquiteta Maira Del Nero, integrante do projeto, a escola permitirá que seus alunos tenham uma aula prática de sustentabilidade. “O prédio será um modelo de aprendizado para as crianças. Elas vão vivenciar todo o conceito de prédio verde, como reduzir os consumos de energia e de água, além de a construção agregar produtos mais naturais, renováveis, que tenham menos toxinas e gerem um ambiente mais saudável.”
A planta do projeto também prioriza a mobilidade. Por isso, o pré-moldado é o sistema construtivo escolhido pelos idealizadores. “Além de trazer economia para a obra, o pré-moldado se adapta melhor ao conceito, que troca as escadas por rampas. A escola também prevê a instalação de elevadores para alunos com deficiências mais graves e que não consigam acessibilidade pelas rampas”, explica Maira Del Nero.
O plano do Projeto Schola é iniciar a construção em 2010, em uma área de 1.000 metros quadrados. Já há negociações para atrair o poder público, a fim de que futuras escolas construídas em São Paulo possam seguir o mesmo conceito. Um dos acordos prevê que a escola, depois de pronta, selecione os melhores alunos dos colégios públicos em seu entorno, dando ao projeto um caráter social. “O objetivo é criar interação com a comunidade e permitir que essas crianças devolvam o que aprenderam sobre sustentabilidade à própria comunidade em que vivem”, diz Del Nero.
Inovações
Entre as tecnologias verdes, o projeto prevê o uso de painel fotovoltaico para a geração de energia e o reuso de água. Neste quesito, a inovação é que o reuso não será somente da água da chuva, mas dos chuveiros dos vestiários. “O que for coletado vai alimentar o vaso sanitário e usado para a lavagem do pátio. A gente também previu a automação das salas de aula para setorizar o acendimento da luz. As lâmpadas próximas das janelas vão ligar por último. Tudo isso para otimizar o gasto de energia”, revela a projetista.
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